Com uma faca no peito
Ainda não
terminei a leitura, mas o relato dela é muito interessante e me deixou muito
pensativa nos últimos dias, não só por mostrar uma imagem diferente da que estamos acostumados do
Paquistão, de seu povo e da religião islâmica, como também por agradecer, mais
ainda, diariamente pela minha vida, por ter tido acesso à boa educação, por todas as coisas que obtive com meu esforço
e tudo o que ainda vou conquistar na vida.
O que eu realmente
quero falar com a história de Malala?
Muitas vezes
não podemos nos considerar pessoas felizes perante a situação descrita no livro
por Malala, pois há o risco de ficarmos chocados com os noticiários que exibem pessoas que agridem e eliminam os
homossexuais, que roubam e cometem outros crimes e não são presas, dirigem
alcoolizadas e destroem vidas inocentes, matam os pais, os filhos, os enteados,
machucam crianças e animais, dentre outras barbaridades. Como no Paquistão, é
como se vivêssemos uma guerra diária que pode nos causar mal estar, assim como
outros sentimentos que rondam nosso organismo na correria da vida diária e que nos
levam a adoecer e até desenvolver a depressão*.
A depressão é a sensação de como se estivesse com uma faca fincada no peito, arranhando seus sentimentos. É duvidar da sua capacidade, é perder a
concentração, deixar de acreditar nos seus sonhos, é querer não ser vista, se achar
horrível, ser uma incógnita perante os outros, não se sentir feliz com nada. Chega um momento que você se sente no direito de viver de novo, de
respirar, de ser o que você era, de usar as cores que você gosta, de comer o
que te sacia, de amar quem você ama, de localizar a identidade que você perdeu.
Assim como Malala luta pela paz
de seu povo e educação de todos, eu luto para me tirar a faca que fincaram no
meu peito e que já começa a dar sinais que me deixará intacta.
Continua...
* De acordo tudo
o que li sobre depressão, a doença pode ser provocada por uma disfunção
bioquímica no cérebro, com a diminuição de substâncias neurotransmissoras, a
dopamina, a serotonina e a norepinefrina, responsáveis mais do que tudo, pela
nossa sensação de bem estar (para informações mais precisas, peça para um
médico explicar melhor).