quinta-feira, 2 de abril de 2015

Sion, sinônimo de saudade



  De uns anos pra cá, procuro não ser uma pessoa saudosista. Não é bom ficar preso às recordações do passado, embora ainda escutamos muito, dos mais velhos principalmente, que recordar é viver. As vezes recordar é sofrer, nos piores sentidos, de saudades do que não é bom lembrar, mas hoje, me dei o direito de ser saudosista e lembrar do que me fez crescer como cidadã, a escola. Abri minha bagagem emocional para lembrar do lugar que passei a maior parte da minha vida, que me fez aprender muito, rir, chorar, me esconder dos meus próprios fantasmas, fazer algumas poucas, mas boas amizades, me fazer ter boas lembranças e que jamais serão esquecidas!

  Em 1993 (faz tempo mesmo), ingressei na escola São Teodoro de Nossa Senhora de Sion (imagina escrever o nome todo no cabeçalho). Uniforme azul marinho e branco, tênis combinando (preto, azul marinho ou branco), escola grande, alfabetização no pré, professores legais, na quarta série descobrir que queria ser escritora, na quinta descobrir a minha paixão por História e cada ano o pessoal da minha sala inventava alguma brincadeira diferente. Se eu encontrar com algum deles hoje, com certeza lembrariam do ''esmaga'' na quinta (um monte de gente sendo esmagada na parede em fila), do apagador na sexta (a graça era empurrar o apagador na parede, para que caísse em direção ao lixo),  do ''pindura'' na sétima (um ferro em que os mesmos se penduravam, as vezes em muitos e uma fez foram tantos que precisou ser soldado de novo) e do vandalismo com o lixo em forma de palhaço na oitava série (que eles chutaram tanto que quebrou e não me recordo, mas acredito que tiveram que pagar outro). A pior parte para mim foi o Ensino Médio, além do aumento das responsabilidades, eu já dava sinais que as coisas não andavam bem, sofria de falta de concentração, me sentia isolada e me isolava sem saber o que estava acontecendo comigo, hoje talvez soubesse responder o que era, mas já passou e estou firme e forte. 

  O melhor mesmo é lembrar das coisas boas. Das minhas professoras Cláudia, Elaine, Rosangela, Cristina, Stela que dava Ciências na quarta-série, a Ana Paula e a Andrea de Artes, a Heloísa de inglês. Depois vem o Pedro e a Dinalva que eu amava as aulas de História e que me fizeram levar essa paixão para vida profissional também, a Leila, o Carlos e o Carlão de matemática que tinham a maior paciência com a minha dificuldade, a Márcia e o Jorge de Geografia, o Marquinhos de Ciências que também ensinou Química e Física, a Beth de Ciências, a Olisa, a Izilda e o Juvêncio de Português, a Andrea e a Denise de Espanhol, a Kátia de Educação Física, ufa!

  Da pra perceber que a minha bagagem emocional com as recordações do Sion é enorme, além das amizades feitas, das Sioníadas, dos treinos de vôlei, dos passeios que indiretamente me levaram a fazer análises dos locais que visitávamos e que me ajudou a escolher o Turismo. Acima de tudo, me tornar uma boa pessoa e claro, isso não seria nada se meus pais não tivessem investido. 

 No caso do Sion, recordar é viver e reviver momentos maravilhosos e que me fazem sempre lembrar uma frase que li uma vez pichada num muro:

'' Recordar um momento feliz é guardar no fundo do coração, um lágrima de saudade.''







2 comentários:

  1. Adorei!
    No momento em que estou escrevendo algo sobre recordar ser sinônimo de sofrimento, encontrar esse texto foi ótimo. Obrigado.

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    1. Boa tarde! Obrigada. Vou ler seu blog também. Onde encontro este seu texto?
      Outra coisa, este blog está para ser extinto, já tenho um novo:
      https://escritoranay.wordpress.com/

      Obrigada pelo apoio

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