segunda-feira, 1 de dezembro de 2014

Controle



    Além da jovem Malala, a modelo Loemy e a cantora falecida Karen Carpenter tomaram conta dos meus pensamentos nos últimos dias. Loemy é a aspirante a modelo que se transformou em viciada em crack e que estava residindo na região da Cracolandia em São Paulo há dois anos, até ter sua triste realidade publicada na Veja SP no mês passado e uma rede de TV a resgatar do inferno que vivia para ajudá-la. Infelizmente, apesar da ajuda que a jovem precisa, Loemy foi exposta de forma sensacionalista pela emissora que mostrará sua recuperação em breve, da mesma forma que me faz pensar que o governo e empresários poderiam fazer o mesmo por outras pessoas nas mesmas condições que Loemy, ''presas'' nesse pedaço de inferno paulistano.            
   Todas as vezes que me pego escutando sucessos de The Carpenters, relembro o drama de Karen Carpenter, a cantora americana que formou com seu irmão Richard  a dupla de sucesso The Carpenters nos anos 70, lançou vários discos, ficou conhecida mundialmente, mas faleceu vítima de anorexia nervosa em 1983, interrompendo a dupla, os sonhos e a carreira de forma precoce.

   Fazendo uma análise da situação, os acontecimentos relatados foram causados pela cobrança, repleta de pensamentos como, o que irão falar de mim, irão me julgar, ficar me olhando excessivamente. O pensamento dos outros passa a funcionar como combustível e o motivo de uma vida mais transtornada, o que não é um exagero. Depois de um período, atrapalha a vida, deprime, faz sentir-se um peixe fora d'água, você resolve não sair mais do que ainda é conhecido e confunde a situação real com o controle. O pensamento torna-se rápido e transborda ansiedade.
   Não é fácil deixar de se controlar, de viver a pressão, mas aprendi aos poucos que não precisamos nos importar com a opinião dos outros e as coisas voltam a fluir quando alguém te dá a mão e resolve te tirar de dentro da caixa, do poço, do quarto, do lugar onde se escondeu. Fiz o favor de acreditar e deixei que me puxassem para fora, embora em poucos momentos me escondi de novo e se não é a mão amiga, é a minha pequena coragem que me coloca sob a luz de novo.

  Nada como um dia após um outro, persistência, fé em Deus e nos seus sonhos, um dia de sol, uma paisagem bonita, uma caminhada, uma boa música e alguns anjinhos que aparecem na nossa vida, quando você não quer ou quando elege os seus próprios anjos, para mudar as nossas confusões mentais e para nos deixar no controle da nossa própria vida. Não esqueço que a paciência também faz parte do processo de recuperação. 

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